sexta-feira, 25 de março de 2011

LONDRES 2012: O desafio de uma Olimpíada sustentável


Para fechar o primeiro dia do Fórum Mundial de Sustentabilidade, foi convidado Dan Epstein, diretor de Sustentabilidade da Olimpiada de Londres 2012. Após o quase desastre de Atenas e a proposta megalomaníaca e futurista de Pequim, Londres optou por se diferenciar com um projeto de Olimpíada que seja verdadeiramente sustentável. Para tanto, foi escolhida uma área degradada, antigo polo industrial, dentro da grande Londres. Que está sendo transformada em verdadeira cidade do futuro.

O projeto não contempla somente 2012. Epstein nos mostrou croquis do que antevê para a região em 2035. Um dos exemplos mais fantásticos é, desde sua concepção, o Estádio Olímpico: construído para abrigar 80 mil pessoas em 2012, tem módulos que serão desmontados após os Jogos Olimpicos. Eles serão reaproveitados em outros estadios da Inglaterra, tornando a arena um local para eventos para 25 mil a 30 mil pessoas.

Finalizou nos deixando a grande responsabilidade que temos pela frente. O Brasil organiza os dois maiores eventos esportivos mundiais que acontecerão após Londres 2012. Somos o país que representa hoje o que há de mais moderno em matriz enérgica e abriga a maior floresta e a maior reserva hidrica do mundo. Como será, em termos de sustentabilidade, nosso projeto para estes eventos e que legado eles deixarão?

Scwarzenegger: pelo engajamento

O que acontece quando um astro mundialmente conhecido, que enveredou pela política tendo como plataforma a defesa ambiental e que foi governador de um dos mais poderosos estados americanos, chega para participar de um seminario internacional? Elementar, meus caros: todos os microfones dos jornalistas e a curiosidade do público em geral se voltam para ele, Arnold Schwarzenegger, um dos palestrantes do primeiro dia Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus.

Ao vivo, falando com incríveis propriedade e clareza sobre a questão da energia renovável, Schwarzenegger está muito mais para o homem público profundamente engajado em causas ambientais, do que para o ator. E foi politicamente que evitou se posicionar contra a represa de Belo Monte, coisa que seu companheiro de "set", James Cameron, também em Manaus, fez de forma direta. Aliás o diretor e o ator se conhecem e são amigos desde de 1983, quando da filmagem de O Exterminador do Futuro, primeiro da série.

Esta é a sua quarta visita ao Brasil. Na primeira,ainda nos tempos de Mister Mundo, esteve em São Paulo. Depois, voltou duas vezes, para o Carnaval no Rio. Nunca tinha estado em Manaus. Mas não foi só por sua presença o viés midiático do primeiro dia do Forum, mas também pelo próprio núcleo central da exposição de Schwarzenegger: estamos com um problema de argumento, de mensagem, na abordagem da questão da sustentabilidade junto ao grande público.

Primeiro, os ambientalistas tentaram sensibilizar pelo medo - o mundo vai acabar, as calotas polares estão derretendo, o nivel dos mares subindo, etc. Nao funcionou. A segunda tentativa usou os argumemtos da ciência: os graus centigrados de temperatura média que estao se elevando, a concentração do dioxido de carbono crescendo, etc. Não funcionou. O ex-governador desconfia, inclusive, que os termos usados são muito herméticos: quantos sabem, afinal, o que é sustentabilidade? Quantos entendem o conceito de Mudança Global do Clima?

Buscar soluções sustentáveis para o nosso planeta, o nosso país, o nosso negócio, o nosso dia-a-dia, passa por engajar as pessoas. Ele propõe, por exemplo, mostrar o impacto na geração de empregos : comentou que, no final do seu mandato na Califórnia, a economia verde ja gerava 10 vezes mais empregos do que a economia tradicional

Via Meio & Mensagem