Acabou? A morte de Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden, anunciada pelo governo dos EUA na madrugada desta segunda-feira, 2, deixa um rastro de dúvidas sobre o futuro dos conflitos globais e seus impactos na economia — em especial num momento tão delicado e mal resolvido quanto o do pós-crise, persistente nas nações ditas desenvolvidas.
Segundo a coluna da correspondente da Agência Estado em Londres, Daniela Milanese, publicada por volta das 10h (horário de Brasília), “a primeira reação é de alta das ações e queda do petróleo no exterior, indicando redução de riscos”. “Entretanto”, continua a jornalista, “o dólar não consegue se beneficiar do ambiente e segue caindo em relação ao euro”.
Mas o portal CNNMoney.com avisa que o preço do petróleo já se estabilizou, com a chegada das notícias que comumente influenciam os valores negociados nesse setor. E analistas ouvidos pelo site dizem que, apesar do fôlego inicial que a notícia provocou nas bolsas, a captura e morte do criminoso mais procurado do século XXI não é o bastante para sustentar uma alta duradoura. Tanto, que os principais índices já operam em baixa.
Eleições e redes sociais
“Oferecemos aos nossos vizinhos nossa mão, e oferecemos aos feridos o nosso sangue”. O discurso do presidente americano, Barack Obama, pode ser a primeira de uma nova série de declarações de vitória. Como avalia o site da revista britânica The Economist, “para o Mr. Obama, este momento dificilmente poderia ser mais propício”. A morte de Osama bin Laden pode dar o fôlego que falta à candidatura à reeleição de Obama, que será decidida em 6 de novembro de 2012.
Já o francês Le Monde afirmou que “ainda não podemos deixar de nos preocupar com bin Laden”, tendo em vista que sua queda diz menos sobre o terrorismo (ainda longe de ser solucionado) que sobre o extremismo. A página do jornal na internet liga o falecimento do líder fundador da Al-Qaeda à “Primavera Árabe”, decorrente da luta contra regimes ditatoriais no Oriente Médio e no Norte da África.
Ironicamente, foi por meio do Twitter — rede social amplamente usada como forma de protesto nos países dessas regiões — que a morte de bin Laden foi divulgada em primeira-mão, ainda que sem querer. O paquistanês Sohaib Athar escreveu em seu perfil no microblog que uma forte explosão havia sacudido as janelas de sua casa, na cidade de Abbottabad, onde Osama foi executado, e afirmou que esperava que o estrondo não fosse “o começo de algo degradável”. Por ora, pode-se dizer que era o começo do fim.
Via Meio & Mensagem